SP - ARTE - UMA ALICE DE PÉS BEM NO CHÃO!








SP - ARTE - UMA ALICE DE PÉS BEM NO CHÃO!

Diário de bordo I

São Paulo, 08 de Abril de 2015, ao iniciarmos a jornada no universo SP-ARTE no Pavilhão da Fundação Bienal Ibirapuera, temos a sensação de atravessar um portal dimensional. Durante a caminhada aos três pisos, entre - exposições, galerias, performances, palestras, lounges, e bate-papos; questões surgem , umas auto-respondem-se outras verdadeiros enigmas a se desvendar com o tempo e com paciência. No mais, paira no ar entre os visitantes desavisados a surpreendente ideia de ter entrado no mundo fantástico do espelho da Alice de Lewis Carroll. Isto se deve em parte pela diversidade de obras junto a boa estrutura da feira, ao glamour atribuído ao mundo das artes, ao charme dos visitantes e ao alto valor de algumas obras.

Assusta-se quem não está acostumado a este ritual ligado as Artes Visuais e logo pergunta-se - Este é o Brasil? Onde está a crise!! - Sim!!! É a resposta, este é o Brasil com "S"  e em crise, porém; consciente de seu potencial e valor.
Caminhando mais a dentro do universo SP-ARTE, percebemos que apesar de existir uma bolha de valores em algumas obras e galerias ( principalmente de obras e galerias brasileiras), a estrutura base é afinada e bem direcionada a um foco real, percebe-se a seriedade deste evento e a consciência de todos de que apesar da crise sócio-política do país, devemos fomentar bons investimentos.
A Arte é e sempre foi um bom investimento, pois agrega - Patrimônio material e imaterial em um mesmo objeto o qual pode sim valorizar e gerar liquidez, este fato assusta a artistas e visitantes que ainda veem a arte somente como manifestação do sagrado. A arte representa sim uma epifania necessária a Humanidade, portanto; gera demanda e valor. A SP-ARTE cumpre então um papel essencial e chega a sua 11ª edição consciente de que não basta organizar a logística complexa de uma feira de artes é preciso informar e colaborar na formação de um mercado de arte lúcido.
Caminhando pelos corredores da SP-ARTE percebemos então que o estranhamento inicial dá lugar a negociações sérias onde se avalia tudo - qualidade das obras, representatividade do artista, conceito e estilo, condições legal da obra, posicionamento econômico geral e valor. Vê-se então a necessidade de aprender sobre o Mercado de Arte que exige e valoriza (para surpresa de todos) obras legítimas de artistas com conceito e carreiras coerentes e bem formados, aqui entendemos o turbilhão de informações inseridas num evento deste porte.
A SP-ARTE competentemente junto a revista ARTE/BRASILEIROS abre um importante foro de discussão onde podemos pensar os caminhos das ARTES e de seu mercado. Este ano, tivemos em dois dias - Paulo Herdenhoff (diretor cultural do MAR - Museu de Arte do Rio/Brasil), Thomas Galbraith ( dirtor da Paddle8 e Artnet. EUA), Sara Thorthon (escritora e socióloga. EUA), Carolyn Christov-Bakargiev (Diretora Artística da Documenta (13)), Mara e Marcio Fainziliber (Diretor do conselho do MAR - Museu de arte do Rio/Brasil), Mera e Donald Rubell ( The Rubell Family collection. EUA). Estes Talks, foram no geral lúcidos e apaixonados, demonstraram claramente o quanto a Arte necessita de artistas que cultivam uma essência legítima e que o mercado de arte é uma excelente ferramenta a favor da construção de um patrimônio cultural valorizado. Portanto, é necessário pensar passo a passo as relações de uma estrutura junto a seus players agindo de forma a informar, formar, capacitar e criar modelos justos para intermediar o mercado.
Aos que ultrapassam a ilusão inicial de um mundo fantástico da SP-ARTE (que o é de outra forma em termos organizacionais), fica a percepção de uma maturidade geral; vista claramente por galeristas estrangeiros que percebem o comprador brasileiro cada vez mais preparado e acreditam que em puco tempo teremos um mercado ainda mais maduro e responsável e do outro lado o visitante sente na diversidade de obras um bom recorte da produção de arte. Assim, a SP-ARTE é além da feira de arte mais importante do Brasil e da América Latina, um grande e eficaz instrumento moderador para o desenvolvimento de um mercado brasileiro de arte saudável onde mais que Arte, consome e valoriza o patrimônio cultural e imaterial Humano. 
Vale salientar a parceria da SP-ARTE com o ICCo (Instituto de Cultura Contemporânea - Brasil) que premia anualmente dois artistas com carreiras em desenvolvimento contribuindo ainda mais para seu crescimento.
A SP-ARTE pode ser vista até dia 12 de Abril no Pavilhão Bienal do Ibirapuera, mesmo não comprando vale a visita.




Claudemir Lara


SP-Arte
Datas abertas ao público: 9, 10, 11 e 12 de abril de 2015
Parque do Ibirapuera, Portão 3
São Paulo, Brasil
Entrada:
R$ 40,00 [geral]
R$ 20,00 [meia*]
*estudantes, portadores de deficiência e idosos [necessária a apresentação de documento]
O Vale-Cultura poderá ser utilizado para o abatimento de 50% do valor do ingresso


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